
Introdução: A habitação é um determinante ambiental da saúde. Considera-se que um agregado familiar está em pobreza energética quando tem falta de acesso a serviços energéticos essenciais devido a preços elevados de energia, baixos rendimentos e fraca eficiência energética. Estima-se que em Portugal mais de 29% da população está nesta condição com impacto na saúde. O frio e humidade amplificam doenças respiratórias crónicas, o calor leva a desidratação e há degradação da saúde mental. A Estratégia Nacional para Combate à Pobreza Energética prevê o envolvimento de profissionais de saúde na identificação de pessoas em pobreza energética, mas faltam experiências que liguem saúde, energia e edifícios.
Métodos: No contexto do Energy Poverty Advisory Hub, foi desenvolvido um projeto que uniu parceiros locais (junta de freguesia, agência de energia, unidade de saúde familiar e instituições de apoio social) com o objetivo diagnosticar e mitigar a pobreza energética na Baixa da Banheira e Vale da Amoreira. Médicos e assistentes sociais conduziram um questionário a utentes para recolha de dados (n=66, abril-agosto 2024) que foram depois apoiados pela one-stop shop Ponto de Transição.
Resultados: Os indicadores são resumidos nas figuras seguintes. Das respostas sempre/frequentemente, destaca-se:
• 70% sofre de frio e 66% de calor
• 55% tem dificuldades em pagar faturas
• 61% sente que o desconforto afeta a saúde
• 50% sente efeitos na saúde mental
• 46% tem dificuldades em adormecer