February 10, 2025
Mais de 47 milhões de europeus afirmam não ter meios para aquecer as próprias casas, segundo dados do inquérito da União Europeia (UE) sobre rendimentos e condições de vida. Este valor aumentou brutalmente desde 2021, quando havia 31 milhões de pessoas em situação de pobreza energética. Portugal integra o grupo dos países mais afectados, com 2,2 milhões de habitantes sem acesso a aquecimento adequado e, portanto, mais expostos a problemas graves de saúde associados às baixas temperaturas.
Estes dados significam que mais de 10% da população europeia – incluindo habitantes de países como a Noruega e a Suíça, que não fazem parte da UE – passam frio em locais onde deveriam estar seguros e protegidos, revela uma análise de dados europeus elaborada pelo Correctiv.Europe em parceria com o Azul. Ao todo, as pessoas afectadas nesse mapa europeu da pobreza energética correspondem a mais do quádruplo da população portuguesa.
(...) João Pedro Gouveia, especialista em pobreza energética, tem a mesma visão. “Se olharmos para o norte e centro da Europa, vemos que não temos o mesmo problema. Como o clima ali é mais severo, os regulamentos térmicos dos edifícios foram desde sempre importantes e os isolamentos significativos. Há sistemas de aquecimento centralizados e janelas em condições. Isto não quer dizer que não há pobreza energética nesses países, mas a escala não é comparável”, explica ao Azul o investigador da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
(...) O número de agregados familiares afectados pela dificuldade em aquecer as casas aumentou entre 2021 e 2023 em diferentes partes da Europa, incluindo Portugal, que é actualmente o Estado-membro da União Europeia com a maior percentagem de pobreza energética (20,8%). Para João Pedro Gouveia, “a tendência é que muitos indicadores piorem”.
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